A
modificação de proteínas pela glicose e a associação de reações de Maillard
levam à formação de ligações cruzadas graduais no colágeno que são
características nos indivíduos idosos, levando à deterioração estrutural e
funcional dos tecidos. As reações de Maillard resultam da ligação covalente de
um grupo aldeído livre do açúcar com um grupo amina livre, da proteína.
Com o aumento da idade, é comum surgirem perturbações
na regulação da homeostasia da glicose em humanos. Enquanto
que em jejum a glicose sanguínea aumenta ligeiramente com a idade, após a
ingestão de glicose, o seu aumento é mais acentuado. Há, aparentemente, uma
diminuição da sensibilidade dos tecidos à insulina.
Apesar de os níveis de insulina circulante serem
normais com o avançar da idade, devido à menor sensibilidade dos tecidos àquele
hormônio, o aumento dos seus níveis circulantes não é suficiente para estimular
a captação adequada de glicose pelos tecidos. Os níveis de glicose sanguínea
aumentam e a possibilidade de ocorrerem reações de glicosilação é maior.
Os produtos finais da glicosilação podem ser
coletivamente denominados AGE (advanced glycation endproducts), ou produtos
Maillard avançados. As possíveis disfunções causadas pelos AGE incluem: aumento
da pressão arterial devido à arterogênese, hipoteticamente por glicosilação das
lipoproteínas de baixa densidade (LDL); perda de acomodação ocular;
incapacidade funcional das “células T de memória” e, inativação do Cu, Zn-SOD,
nos eritrócitos, diminuindo a capacidade antioxidante do sangue.
A controvérsia da teoria está em saber até que ponto
as proteínas com período de vida longo podem evidenciar um aumento progressivo
da glicosilação relacionada com a idade, tal como tem sido observado no
colágeno da pele humana. No entanto, na ausência de diabetes, nem todas as
proteínas com longo período de vida revelam um aumento progressivo na
glicosilação em função da idade. O cristalino de humanos normais evidencia um
aumento perceptível da glicosilação que é inferior a 10% entre os 10 e os 83
anos.
Diversos estudos com restrição calórica atribuem um
significado específico aos AGE nas doenças relacionadas com a idade. A
restrição calórica retarda muitas alterações associadas a idade e também
diminui a hemoglobina glicosilada, devido a uma redução dos níveis de glicose
sanguínea.
Disponível
em: http://teoriasdoenvelhecimento.blogspot.com.br/2012/09/teoria-do-envelhecimento-celular.html
Postado
por Karina Marques
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