quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Meiose



Diferentemente da mitose, em que uma célula diplóide, por exemplo, se divide formando duas células também diplóides (divisão equacional), a meiose é um tipo de divisão celular em que uma célula diplóide produz quatro células haplóides, sendo por este motivo uma divisão reducional.
Um fato que reforça o caráter reducional da meiose é que, embora compreenda duas etapas sucessivas de divisão celular, os cromossomos só se duplicam uma vez, durante a interfase – período que antecede tanto a mitose como a meiose. No início da interfase, os filamentos de cromatina não estão duplicados. Posteriormente, ainda nesta fase, ocorre a duplicação, ficando cada cromossomo com duas cromátides.

As várias fases da meiose
A redução do número cromossômico da célula é importante fator para a conservação do lote cromossômico das espécies, pois como a meiose formam-se gametas com a metade do lote cromossômico. Quando da fecundação, ou seja, do encontro de dois gametas, o número de cromossomos da espécie se restabelece.
Podemos estudar a meiose em duas etapas, separadas por um curto intervalo, chamado intercinese. Em cada etapa, encontramos as fases estudadas na mitose, ou seja, prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Vamos supor uma célula 2n = 2 e estudar os eventos principais da meiose nessa célula.

Meiose I (Primeira Divisão Meiótica)

Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de permuta)
Como a prófase I é longa, há uma seqüência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser dividida nas seguintes etapas:
  • Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides.
  • Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase dezigóteno (zygós = par).
  • A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado; como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de paquíteno (pakhús = espesso).
  • Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas, fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas como quiasmas (qui corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo).
  • Os pares de cromátides fastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as extremidades; a espiralação dos cromossomos aumenta. è a última fase da prófase I, conhecida por diacinese (dia = através; kinesis = movimento).
Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os pólos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I.

Metáfase I – os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada cromossomo está preso a fibras de um só pólo.
Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são conduzidos para pólos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os cromossomos atingem os pólos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui.
Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haplóides. Segue-se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II.


Meiose II (segunda divisão meiótica)
Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa a se desintegrar.
Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que partem de ambos os pólos.
Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se (lembrando a mitose).
Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa as quatro células-filhas haplóides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose.

Variabilidade: Entendendo o crossing-over

A principal conseqüência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos que são produzidos na reprodução sexuada da espécie.
A relação existente entre meiose e variabilidade é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over.
O crossing é um fenômeno que envolve cromátides homólogas. Consiste na quebra dessas cromátides em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços correspondentes entre elas.
As trocas provocam o surgimento de novas seqüências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um cromossomo existem vários genes combinados segundo uma certa seqüência, após a ocorrência do crossing a combinação pode não ser mais a mesma. Então, quando se pensa no crossing, é comum analisar o que aconteceria, por exemplo, quanto à combinação entre os genes alelos A e a e Bb no par de homólogos ilustrados na figura.
Nessa combinação o gene A e B encontram-se em um mesmo cromossomo, enquanto ab estão no cromossomo homólogo. Se a distância de A e B for considerável, é grande a chance de ocorrer uma permuta. E, se tal acontecer, uma nova combinação gênica poderá surgir.
As combinações Ab e aB são novas. São recombinações gênicas que contribuem para a geração de maior variabilidade nas células resultantes da meiose. Se pensarmos na existência de três genes ligados em um mesmo cromossomo (A, b e C, por exemplo), as possibilidades de ocorrência de crossings dependerão da distância em que os genes se encontram – caso estejam distantes, a variabilidade produzida será bem maior.
Outro processo que conduz ao surgimento de variabilidade na meiose é a segregação independente dos cromossomos. Imaginando-se que uma célula com dois pares de cromossomos homólogos (A e a, B e b), se divida por meiose, as quatro células resultantes ao final da divisão poderão ter a seguinte constituição cromossômica: (a e b), (a e B), (A e b) e (A e B).
A variabilidade genética existente entre os organismos das diferentes espécies é muito importante para a ocorrência da evolução biológica. Sobre essa variabilidade é que atua a seleção natural, favorecendo a sobrevivência de indivíduos dotados de características genéticas adaptadas ao meio. Quanto maior a variabilidade gerada na meiose, por meio de recombinação gênica permitida pelo crossing-over, maiores as chances para a ação seletiva do meio.

Na meiose a variação da quantidade de DNA pode ser representada como no gráfico ao lado, partindo-se, por exemplo, de uma célula que tenha uma quantidade 2C de DNA em G1
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo12.php

Postado por: RENATA H. PARRINO

5 comentários:

  1. Como não vimos mitose, achei esse texto muito bom e fácil de entender por conter imagens muito boas, principalmente a forma como são mostrados o leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
    Comentado por: Renata H. Parrino

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  2. A prófase I é uma fase muito estudada, e com uma importância principalmente pela ocorrencia do crossing-over. Algumas informações adicionais sobre a Prófase I:
    Leptóteno: o núcleo aumenta de tamanho e os cromossomos se tornam visíveis. Os cromossomos se dobram e suas extremidades (os telômeros) se fixam em uma área circunscrita do envoltório nuclear.
    Zigóteno: os cromossomos se alinham por um processo denominado pareamento ou sinapse. O pareamento compreende a formação de uma estrutura complexa chamado complexo sinaptonêmico. Os homólogos ficam separados pelo complexo sinaptonêmico à uma distância de 200nm.
    Paquíteno: os cromossomos se encurtam e terminam o pareamento dos homólogos. Nesta fase ocorre a recombinação genética. O paquíteno é longo e pode durar até 2 dias.
    Diplóteno: os homólogos começam a se separar, de modo que as cromátides do tétrade tornam-se visíveis e o complexo sinaptonêmico se desintegra.
    Diacinese: condensação volta a se acentuar. as tétrades se distribuem homogeneamente por todo o núcleo e o nucléolo desaparece.
    Alguns pesquisadores ainda consideram uma fase denominada pré-leptóteno, que seria o início da meiose em que os cromossomos são muito delgados e difíceis de ser observados.

    Gessica da Costa

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  3. Renata, nós vimos Mitose sim. Acho que você se confundiu. Bem, em termos de conseqüências genéticas, a mitose e a meiose são bastante distintas. Os mecanismos celulares envolvidos na divisão celular (desestruturação do envoltório nuclear, comportamento do fuso mitótico, citocinese etc) são iguais?

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  4. É verdade professora eu quis dizer meiose, perdão. Creio eu que até a citocinese, a formação do fuso meiótico e a desestruturação do envoltório nuclear os mecanismos sejam iguais, porém o intervalo em que tudo ocorre é prolongado. Alguns mecanismos são diferentes porque na Mitose ocorre apenas a prófase, prometáfase, metáfase, anáfase, telófase e suas respectivas modificações da célula em divisão. Na Meiose temos muitas outras fases nas quais a célula sofre modificações afim de produzir 4 células filhas,um número superior ao da mitose, inclusive existe o crossing-over que não ocorre nas células em divisão mitótica. Entretanto é uma divisão considerada reducional, porque uma célula diplóide (2n) divide-se em quatro células haplóides (n) .

    Postado por: Renata H. Parrino

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