O Controle do Ciclo Celular e a Origem do Câncer
Como sabemos, a interfase é um período de intensa
atividade metabólica e de maior duração do ciclo celular. Células
nervosas e musculares, que não se dividem por mitose, mantêm-se
permanentemente na interfase, estacionadas no período chamado G0.
Fonte:http://www.qieducacao.com/2011/05/ciclo-celular.html |
Nas células que se dividem ativamente, a
interfase é seguida da mitose, culminando na citocinese. Sabe-se que a
passagem de uma fase para outra é controlada por fatores de regulação - de modo geral protéicos – que atuam nos chamados pontos de checagem do ciclo celular. Dentre essas proteínas, se destacam as ciclinas, que controlam a passagem da fase G1 para a fase S e da G2 para a mitose.
Se em algumas dessas fases houver alguma
anomalia, por exemplo, algum dano no DNA, o ciclo é interrompido até que
o defeito seja reparado e o ciclo celular possa continuar. Caso
contrário, a célula é conduzida à apoptose (morte celular programada).
Outro ponto de checagem é o da mitose, promovendo
a distribuição correta dos cromossomos pelas células-filhas. Perceba
que o ciclo celular é perfeitamente regulado, está sob controle de
diversos genes e o resultado é a produção e diferenciação das células
componentes dos diferentes tecidos do organismo. Os pontos de checagem
correspondem, assim, a mecanismos que impedem a formação de células
anômalas.
A origem das células cancerosas está associada a anomalias na regulação do ciclo celular e à perda de controle da mitose.
Alterações do funcionamento de genes controladores do ciclo celular, em
decorrência de mutações, são relacionados ao surgimento de um câncer.
Duas classes de genes, os proto-onco-genes e os genes supressores de
tumor são os mais diretamente relacionados à regulação do ciclo celular.
Os proto-oncogenes são responsáveis pela produção de proteínas que
atuam na estimulação do ciclo celular, enquanto os genes supressores de
tumor são responsáveis pela produção de proteínas que atuam inibindo o
ciclo celular.
Dizendo de outro modo:
Os proto-oncogenes,
quando ativos, estimulam a ocorrência de divisão celular e os genes
supressores de tumor, quando ativos, inibem a ocorrência de divisão
celular. O equilíbrio na atuação desses dois grupos de genes resulta no
perfeito funcionamento do ciclo celular.
Mutações nos proto-oncogenes os transformam em
oncogenes ( genes causadores de câncer). As que afetam os genes
supressores de tumor perturbam o sistema inibidor e o ciclo celular fica
desregulado, promovendo a ocorrência desordenada de divisões celulares e
o surgimento de células cancerosas, que possuem as seguintes
características:
- são indiferenciadas, não contribuindo para a formação natural dos tecidos,
- seus núcleos são volumosos e com um número anormal de cromossomos;
- empilham-se sobre a outras em várias camadas, originando um aglomerado de células que forma um tumor. Se ficar restrito ao local de origem e for encapsulado, diz-se que o tumor é benigno, podendo ser removido;
- nos tumores malignos, ocorre a metástase, ou seja, as células cancerosas abandonam o local de origem, espalham-se por via sangüínea ou linfática, e invadem outros órgãos. Esse processo é acompanhado por uma angiogênese, que é a formação de inúmeros vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição das células cancerosas.
Outra ocorrência envolvendo alterações do ciclo celular é relativa aos telômeros,
que são segmentos de moléculas de DNA com repetições de bases que atuam
como “capas protetoras” da extremidade dos cromossomos.
Em células humanas normais, a cada ciclo celular os
telômeros são progressivamente encurtados, as extremidades dos
cromossomos ficam cada vez mais curtas, até atingir um limite mínimo de
tamanho incompatível com a vida da célula, paralisando-se as divisões
celulares e sinalizando o fim da vida da célula.
Em células cancerosas esse limite é transposto graças a atividade de uma enzima , a telomerase, que atua na reposição constante dos telômeros, mantendo-os sempre com o tamanho original, permitindo assim, que as células se dividam continuamente e se tornem praticamente “imortais”.
Em células cancerosas esse limite é transposto graças a atividade de uma enzima , a telomerase, que atua na reposição constante dos telômeros, mantendo-os sempre com o tamanho original, permitindo assim, que as células se dividam continuamente e se tornem praticamente “imortais”.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo11.php
Postado por: Ana Carolina Moreira
Muito interessante a postagem, foi o tema abordado na palestra da SAEB. É um tema de grande importância,e interessa á todos.
ResponderExcluirQualquer tipo de perda de controle do Ciclo Celular pode gerar câncer?
ResponderExcluirO câncer é gerado principalmente a partir de danos no DNA, que possam passar pela interfase do ciclo celular, esse dano geralmente é potencializado com fatores químicos, físicos ou virais.
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