Diferentemente da mitose, em que uma célula diplóide, por exemplo, se divide formando duas células também diplóides (divisão equacional), a meiose é um tipo de divisão celular em que uma célula diplóide produz quatro células haplóides, sendo por este motivo uma divisão reducional.
Um fato que reforça o caráter reducional da meiose é que, embora compreenda duas etapas sucessivas de divisão celular, os cromossomos só se duplicam uma vez, durante a interfase – período que antecede tanto a mitose como a meiose. No início da interfase, os filamentos de cromatina não estão duplicados. Posteriormente, ainda nesta fase, ocorre a duplicação, ficando cada cromossomo com duas cromátides.
As várias fases da meiose
A redução do número cromossômico da célula é importante fator para a conservação do lote cromossômico das espécies, pois como a meiose formam-se gametas com a metade do lote cromossômico. Quando da fecundação, ou seja, do encontro de dois gametas, o número de cromossomos da espécie se restabelece.
Podemos estudar a meiose em duas etapas, separadas por um curto intervalo, chamado intercinese. Em cada etapa, encontramos as fases estudadas na mitose, ou seja, prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Vamos supor uma célula 2n = 2 e estudar os eventos principais da meiose nessa célula.
Meiose I (Primeira Divisão Meiótica)
Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de permuta)
Como a prófase I é longa, há uma seqüência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser dividida nas seguintes etapas:
- Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides.
- Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase dezigóteno (zygós = par).
- A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado; como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de paquíteno (pakhús = espesso).
- Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas, fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas como quiasmas (qui corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo).
- Os pares de cromátides fastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as extremidades; a espiralação dos cromossomos aumenta. è a última fase da prófase I, conhecida por diacinese (dia = através; kinesis = movimento).
Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os pólos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I.
Metáfase I – os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada cromossomo está preso a fibras de um só pólo.
Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são conduzidos para pólos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os cromossomos atingem os pólos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui.
Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haplóides. Segue-se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II.
Meiose II (segunda divisão meiótica)
Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa a se desintegrar.
Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que partem de ambos os pólos.
Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se (lembrando a mitose).
Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa as quatro células-filhas haplóides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose.
A principal conseqüência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos que são produzidos na reprodução sexuada da espécie.
A relação existente entre meiose e variabilidade é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over.
Outro processo que conduz ao surgimento de variabilidade na meiose é a segregação independente dos cromossomos. Imaginando-se que uma célula com dois pares de cromossomos homólogos (A e a, B e b), se divida por meiose, as quatro células resultantes ao final da divisão poderão ter a seguinte constituição cromossômica: (a e b), (a e B), (A e b) e (A e B).
A variabilidade genética existente entre os organismos das diferentes espécies é muito importante para a ocorrência da evolução biológica. Sobre essa variabilidade é que atua a seleção natural, favorecendo a sobrevivência de indivíduos dotados de características genéticas adaptadas ao meio. Quanto maior a variabilidade gerada na meiose, por meio de recombinação gênica permitida pelo crossing-over, maiores as chances para a ação seletiva do meio.
Na meiose a variação da quantidade de DNA pode ser representada como no gráfico ao lado, partindo-se, por exemplo, de uma célula que tenha uma quantidade 2C de DNA em G1
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo12.php
Postado por: RENATA H. PARRINO |
Como não vimos mitose, achei esse texto muito bom e fácil de entender por conter imagens muito boas, principalmente a forma como são mostrados o leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
ResponderExcluirComentado por: Renata H. Parrino
A prófase I é uma fase muito estudada, e com uma importância principalmente pela ocorrencia do crossing-over. Algumas informações adicionais sobre a Prófase I:
ResponderExcluirLeptóteno: o núcleo aumenta de tamanho e os cromossomos se tornam visíveis. Os cromossomos se dobram e suas extremidades (os telômeros) se fixam em uma área circunscrita do envoltório nuclear.
Zigóteno: os cromossomos se alinham por um processo denominado pareamento ou sinapse. O pareamento compreende a formação de uma estrutura complexa chamado complexo sinaptonêmico. Os homólogos ficam separados pelo complexo sinaptonêmico à uma distância de 200nm.
Paquíteno: os cromossomos se encurtam e terminam o pareamento dos homólogos. Nesta fase ocorre a recombinação genética. O paquíteno é longo e pode durar até 2 dias.
Diplóteno: os homólogos começam a se separar, de modo que as cromátides do tétrade tornam-se visíveis e o complexo sinaptonêmico se desintegra.
Diacinese: condensação volta a se acentuar. as tétrades se distribuem homogeneamente por todo o núcleo e o nucléolo desaparece.
Alguns pesquisadores ainda consideram uma fase denominada pré-leptóteno, que seria o início da meiose em que os cromossomos são muito delgados e difíceis de ser observados.
Gessica da Costa
Renata, nós vimos Mitose sim. Acho que você se confundiu. Bem, em termos de conseqüências genéticas, a mitose e a meiose são bastante distintas. Os mecanismos celulares envolvidos na divisão celular (desestruturação do envoltório nuclear, comportamento do fuso mitótico, citocinese etc) são iguais?
ResponderExcluirÉ verdade professora eu quis dizer meiose, perdão. Creio eu que até a citocinese, a formação do fuso meiótico e a desestruturação do envoltório nuclear os mecanismos sejam iguais, porém o intervalo em que tudo ocorre é prolongado. Alguns mecanismos são diferentes porque na Mitose ocorre apenas a prófase, prometáfase, metáfase, anáfase, telófase e suas respectivas modificações da célula em divisão. Na Meiose temos muitas outras fases nas quais a célula sofre modificações afim de produzir 4 células filhas,um número superior ao da mitose, inclusive existe o crossing-over que não ocorre nas células em divisão mitótica. Entretanto é uma divisão considerada reducional, porque uma célula diplóide (2n) divide-se em quatro células haplóides (n) .
ResponderExcluirPostado por: Renata H. Parrino
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