Uma pesquisa liderada por especialistas da Universidade do Colorado em Boulder, nos EUA, mostra que uma chave celular até então desconhecida pode fornecer uma nova maneira de provocar a morte celular programada. A descoberta pode ser usada em novos tratamentos contra o câncer.
A morte celular programada, ou apoptose, é um processo de suicídio celular que envolve muitos processos bioquímicos. Entre os seus efeitos, estão a retração das células do corpo, destruição de mitocôndrias e fragmentação cromossômica. É um mecanismo natural do corpo que pode ajudar a prevenir doenças autoimunes e câncer.
Descoberta de "chave celular" no organismo C. elegans pode levar cientistas ao uso de morte celular programada para combater doenças como o câncer. Crédito: University of Colorado at Boulder.
No estudo, os pesquisadores descobriram que uma conhecida molécula chamada caspase – enzima carrasca da apoptose, devido ao seu papel no corte e destruição de proteínas celulares – tem um efeito completamente diferente em uma enzima particular: a Dicer. A equipe verificou que quando a caspase se cliva nesta enzima, ao invés de cumprir a sua função, faz com que a Dicer quebre cromossomos (pedaços de DNA contendo milhares de genes), matando as células que os abrigam.
A função normal do Dicer é cortar fitas de RNA em pedaços menores que se colam nas moléculas do RNA mensageiro – responsáveis pelo transporte de mensagens genéticas do DNA do núcleo das células para produzir proteínas específicas nos seus citoplasmas – e silenciar sua atividade. Mas, quando a caspase entra em contato com a Dicer, ela retira a sua habilidade de quebrar o RNA e a substitui pela capacidade de cortar e destruir cromossomos carregados pelo DNA.
Os experimentos foram conduzidos com o nemátodo Caenorhabdtitis elegans, um organismo bastante comum utilizado em pesquisas genéticas e biomédicas. Como parte do estudo, a equipe “apagou” o gene que codifica a enzima Dicer neste organismo. A remoção do gene comprometeu o processo de apoptose e bloqueou a fragmentação dos cromossomos.
De acordo com os pesquisadores, muitos genes identificados no C. elegans são importantes para os cinco passos sequenciais da morte programada de células: a especificação das células que devem morrer, ativação do programa de morte celular, início do processo de morte, igestão dos “cadáveres” das células e degradação dos restos celulares.
Já que falhas de apoptose contribuem para o desenvolvimento de tumores, um entendimento mais aprofundando deste processo pode conduzir ao desenvolvimento de agentes terapêuticos mais eficazes. Bastaria transformar uma enzima pró-sobrevivência em uma enzima pró-morte. Por este motivo, os pesquisadores agora investigam se as células humanas possuem a mesma capacidade de transformar as funções da enzima Dicer, como ocorre no C. elegans. Acredita-se que cerca de metade dos genes encontrados no organismo tenha equivalente em humanos.
O C. elegans é um organismo chave para a pesquisa: foi o primeiro organismo cujo genoma foi completamente sequenciado, e sua transparência ao microscópio permite aos cientistas estudarem muitos aspectos da biologia celular e do desenvolvimento, tanto quanto da genética.
Nota: Vale lembrar sobre a última aula do Professor Leonardo, a qual explicou sobre a apoptose e seu processo de autodestruição celular.
Postado por : Herbert Morais e Rubens Junior.
Fonte da pesquisa: www.cienciadiaria.com.br
Nota: Vale lembrar sobre a última aula do Professor Leonardo, a qual explicou sobre a apoptose e seu processo de autodestruição celular.
Postado por : Herbert Morais e Rubens Junior.
Fonte da pesquisa: www.cienciadiaria.com.br
muito interessante a postagem pois esse assunto é de extrema importância, e mostra o grande avanço nas pesquisas relacionadas ao câncer, que são estudadas a 'bastante' tempo já e com essa descoberta há uma nova perspectiva em relação a essa doença que causa tantas mortes no mundo inteiro..
ResponderExcluirFoi até comentado pelo professor Leonardo o assunto de "apoptose",em sala, muito bem contextualizado.
ResponderExcluirTambém achei bastante interessante trazer uma matéria trabalhada em sala de aula para o Blog.
ResponderExcluirEntrentanto, sugiro que vocês leiam o artigo da Science a respeito desse assunto (Science. 2010 Apr 16;328(5976):327-34. Epub 2010 Mar 11). Lendo esse artigo vocês terão mais embasamento para discutir o papel da enzima Dicer no processo de apoptose e a relação dessa enzima com a caspase.Boa leitura!!!
Vocês já leram o artigo? Pelo menos o abstract?
ResponderExcluirSim Prof. ja lemos o artigo e para quem quiser dar uma lida tambem vou deixa o link aqui.
ResponderExcluirhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20223951
Rubens e Herbert
Achei bem interessante é um assunto bem relevante para matéria da disciplina, de biologia celular.
ResponderExcluirSaline Rocha
O que o artigo acrescenta a respeito do papel da enzima Dicer no processo de apoptose?
ResponderExcluirQue a enzima Dicer é importante para o processamento do RNA, e tem função de fragmentar o DNA cromossômico durante a apoptose.
ResponderExcluirEntão prof apos lermos o abstract concluimos de que a Dicer é importante para processar pequenos RNAs e Bloquear a fragmentação do cromossomo apoptotico.
ResponderExcluirTexto original: the Dicer ribonuclease important for processing of small RNAs, compromises apoptosis and blocks apoptotic chromosome fragmentation.
OK, Rubens. Aguardo outros comentários.
ResponderExcluirAguardo outros comentários???
ResponderExcluirComenta que a dicer tem o papel de cortar as fitas de RNA, mas quando a caspase se cliva, faz com que a dicer mude sua função e além de cortar faz destruir os cromossomos carregados pelo DNA
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